Eu, homem feito, cabra barbado, caboclo duro, como maçaranduba que ninguém derruba
Caí no pior dos contos, fala de uma flor, era tão linda que cegava um beija-flor
Eu, que vim do mato, não conhecia o bicho-flor que mora aqui
Eu, homem de guerra, ajoelhei na terra e vi como uma flor pode trair
Sei de tudo, suportei, nunca me entreguei, primeira vez em que um nó me fez calar
Me estendi pro céu e o céu testemunhar que água que brota do chão é água viva da visão
E vem sem avisar...
Sei que nesse bicho-flor a maldade tem vaidade, mata o amor
Não, não posso desistir, sou homem-terra, da guerra, da alma
Eu não vi saída, caí no pior dos contos que posso lembrar
Levei da vida que sempre a água-viva arde nos olhos e está pronta para estourar
Não, não estranhe, não, o tempo feito de um mistério, não há compaixão
Não, não estranhe, não, o vento venta e não chove, mas a chuva, não