A morte se diz mais forte do que o caos em silêncio
Não é bem assim que penso sobre a velha da foice
Que cala a vida num coice e numa bicota lampeja como quem reverencia
A boca que a morte beija se cala na lâmina fria
Vida, dádiva de Deus que só o mote consome
Morte e vida sem nome severo cultiva a sorte
E a vida luta com a morte, a morte perde a peleja e a velha bebe a poesia
A boca que a morte beija se cala na lâmina fria
Sou Titi Bacurau, Titi Bacurau, Titi Bacurau pra ir
Sou Titi Bacurau, Titi Bacurau, amanhã eu vou
A velha morte se farta coando o auge da guerra
Porém mais forte é a terra onde a vida é senhora
Mais tarde o campo fulora e a paz num baião festeja rompendo a melancolia
A vida é filha da morte e a morte amamenta a cria
No seio o leite seria o sopro da eternidade
E a vida bem à vontade num pote cheio despeja a lua nessa bacia
A boca que a morte beija se cala na lâmina fria
Sou Titi Bacurau, Titi Bacurau, Titi Bacurau pra ir
Sou Titi Bacurau, Titi Bacurau, amanhã eu vou